O novo modelo deve custar cerca de 2,7 vezes o valor de um caminhão com motor a combustão. Ao mesmo tempo, a montadora defende que o custo total operacional de ter um veículo elétrico é 60% menor do que o de um caminhão com motor a diesel -- fazendo com que se torne mais atrativo e com payback em cerca de um ano.
“Isso acontece porque o motor elétrico exige muito menos manutenção do que o motor a combustão. Além disso, quando colocamos na ponta do lápis o custo da gasolina versus o da energia elétrica, também é possível entender essa redução”, diz Roberto. Hoje, o e-Delivery tem autonomia de 200 km sem precisar recarregar a bateria.
A empresa deve fabricar cerca de 100 unidades em 2021, com a meta de entregar mil unidades no ano que vem e 3.000 por ano até 2023, com a capacidade de produção atual. Um dos principais clientes no momento é a Ambev, que já fechou contrato para a entrega de 1.600 unidades até 2023. Além da Ambev, a montadora acredita que será possível conquistar outros clientes voltados à entrega de mercadorias em regiões urbanas -- como atacadistas e varejistas.
Dados recentes mostram que o setor está aquecido. Segundo dados da Anfavea, entre janeiro e abril deste ano, foram licenciados 35.862 caminhões, alta de 48% em relação ao mesmo período de 2020 -- e de 19,5% em relação ao período de janeiro a abril de 2019.
“Nada impede que consigamos fabricar 10 mil unidades por ano, tudo depende da demanda por esse modelo. O e-delivery começou a ser desenvolvido há quatro anos e o seu lançamento casa com o bom momento nas vendas de caminhões e com a valorização dos princípios ESG no país”, afirmou Roberto Cortes, presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, à EXAME.
Desafios
Mesmo projetando alta demanda, já está na mira da montadora a redução do preço ao longo dos próximos anos com o ganho de escala e, principalmente, com a nacionalização da produção das baterias -- que respondem pelo maior custo de fabricação do e-Delivery. Hoje, esse componente é importado da fabricante chinesa Contemporary Amperex Technology (CATL) e, para barateá-lo ao longo dos próximos anos, a montadora promoveu o encontro da chinesa com a brasileira Moura, que firmaram acordo.
Como resultado, ao longo dos próximos anos, a Moura vai importar o lítio e aplicar todos os demais componentes da bateria nacionalmente, tornando o produto mais barato para a Volkswagen.
“A produção do e-Delivery marca o início da eletrificação veicular no Brasil e a Moura tem muito orgulho de fazer parte desse processo junto com a Volkswagen Caminhões e Ônibus. Mais uma vez integramos o epicentro do movimento de inovação do setor automotivo ao firmar esta importante parceria com a VWCO e a CATL”, afirma Sérgio Moura, presidente do Conselho de Administração da Acumuladores Moura, em comunicado.
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