Ex-secretário de Saúde do AM presta depoimento hoje na CPI da Covid


 

A CPI da Pandemia tem reunião semipresencial agendada para esta terça-feira (15.6), a partir das 9h, para ouvir o depoimento do ex-secretário de Saúde do estado do Amazonas Marcellus Campelo. A saúde pública entrou em colapso no estado no início de 2021- época em que ele estava no cargo – com falta de leitos e de oxigênio medicinal nos hospitais que recebiam pacientes com covid-19. Além disso, a Polícia Federal apura desvio de dinheiro do combate à pandemia, a partir de suposta organização criminosa no estado.

Os requerimentos que pediram a convocação de Marcellus Campelo foram apresentados pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Marcos Rogério diz que o ex-secretário terá de “esclarecer os fatos no tocante ao colapso da saúde no estado do Amazonas no começo do ano”, ao enfrentamento da pandemia pelo governo federal e à fiscalização da aplicação de recursos federais por estados e municípios no combate à pandemia.

Para Alessandro Vieira, o depoente terá que esclarecer “todas as circunstâncias relativas ao colapso da saúde na capital amazonense no início do ano, especialmente com relação à falta de oxigênio e à atuação dos gestores públicos para a resolução da crise”. 

Hospital de campanha

A Polícia Federal investiga também se o governo do estado do Amazonas favoreceu empresários locais na construção de um hospital de campanha em Manaus. Os agentes fizeram buscas na casa do governador Wilson Lima, na sede do governo, na Secretaria de Saúde e na residência do então secretário Marcellus Campelo, que chegou a ser preso. Em junho do ano passado, o governador amazonense já tinha sido alvo de uma operação por suspeita de fraude na compra de respiradores. 

A CPI da Pandemia já aprovou a quebra de sigilos telefônico e telemático de Marcellus Campelo. O governador do Amazonas conseguiu escapar de depor à comissão em virtude de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), da qual a CPI vai recorrer.

Na quarta-feira (16.6) deve depor o ex-governador do Rio, Wilson Witzel, devido a uma série de denúncias de que se beneficiou de um esquema de corrupção no início da pandemia. No dia seguinte, (17.6), a CPI deve ouvir o empresário Carlos Wizard e o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, do Tribunal de Contas da União (TCU).

De acordo com o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), autor do requerimento de convocação de Wizard, o empresário é “alegadamente membro” de um ministério paralelo da Saúde, responsável pelo aconselhamento extraoficial do governo com relação às medidas de enfrentamento da pandemia. Wizard manteve encontros com o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello e estaria à frente da criação do chamado “gabinete paralelo”. O “aconselhamento”, destaca o senador, incluiria a sugestão de medicamentos sem eficácia comprovada e a promoção da chamada “imunidade de rebanho” pela disseminação do vírus entre a população.

O senador Alessandro Vieira também é autor de um dos requerimentos de convocação do auditor Alexandre Marques. Segundo o senador, a audiência permitirá esclarecer os detalhes da participação do auditor na inclusão, no sistema do TCU, de documento que nega o número de mortos na pandemia de covid-19. ( Com informações da Agência Senado)

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