O esqueleto surgiu durante a madrugada do sábado (22) e surpreendeu quem chegou na praia nas primeiras horas da manhã. Marcelo Rodrigues Justiniano é proprietário de um camping na região. Ele passava pelo local de bicicleta quando percebeu a ossada gigante na areia.
"Moro a uns 100 metros de lá. Fui dar uma pedalada na praia, que tem uns dois quilômetros de extensão, e vi aqueles ossos. Voltei em casa peguei a máquina e votei para tirar as fotos", contou o morador ao UOL. A ossada revela cerca de 20 vértebras do cetáceo que, quando vivo, media entre 8 e 10 metros.
A ossada revela cerca de 20 vértebras do cetáceo que, quando vivo, media entre 8 e 10 metros.Segundo Marcelo, moradores de Barra do Una, que fica a 24 quilômetros do centro de Peruíbe, já estão acostumados em receber baleias. "Passa muita baleia por aqui. Em 2009, uma jubarte encalhou na mesma praia", disse. No entanto, especula-se que a origem da ossada é uma baleia encalhada em 2018 - um exame de DNA deve ser feito para confirmar a informação.
O biólogo Clemente Coelho Junior, professor da UPE (Universidade de Pernambuco) contou que morou na região e que é comum que baleias sejam enterradas no local. "Sempre enterravam. Era por uma questão de logística mesmo. Lembro que chegavam a dividir o animal ao meio porque não tinham equipamento para fazer a remoção", explicou. Questionado sobre o risco sanitário que prática pode oferecer, Clemente explicou que "sempre vai oferecer. O ideal é que seja levado a um aterro sanitário ou para algum lugar que tenha um crematório".
O Instituto Biopesca foi avisado sobre a presença da ossada no Barra do Una. Segundo o instituto, a praia fica no Parque da Jureia, área de conservação ambiental. A entidade informou que está investigando o motivo da ossada estar naquele ponto. Uma das hipóteses é que sejam restos de uma baleia encalhada na área já sem vida em 2018. Por se tratar de uma região de difícil acesso, o corpo do animal não pôde ser retirado na época, acrescentou o instituto. "A maré pode ter levado a carcaça e tê-la depositado no local em que a ossada foi encontrada", explica o médico veterinário Rodrigo Valle, coordenador geral do Biopesca.
"A ausência de material impossibilita a obtenção de informações a respeito do animal, como espécie, por exemplo", destacou. A presença de grandes cetáceos é comum no litoral paulista. A baleia-jubarte é migratória e viaja todos os anos cerca de 5 mil km desde a região subantártica das Ilhas Geórgia do Sul, onde se alimenta, até a região de Abrolhos, no litoral da Bahia, buscando águas quentes para reprodução. No litoral paulista, a jubarte está sempre de passagem. Já a baleia-de-bryde é praticamente uma residente do nosso litoral, principalmente nas proximidades de Ilhabela, que tem águas mais quentes. ( Fonte: Uol)
Da Redação do Portal de Notícias Floresta News
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