Já as denúncias de assédio moral somaram cerca de 35 mil acusações no acumulado do período 2015-2019 e, apenas ano passado, foram 7.588 acusações. A procuradora Regional do Trabalho e titular da Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades (Coordigualdade) Adriana Reis relatou ainda que esses assédios não acontecem de forma isolada e que os números são subnotificados.
“Vivemos numa sociedade machista e com esse viés da violência de gênero. A vítima tem receio de fazer a denúncia e ser culpada e coagida. Além disso, as empresas tendem a resolver isso de forma interna e a mulher acaba sendo silenciada. Todos esses fatores favorecem o agressor e resultam em casos subnotificados”, ressaltou.
As mulheres têm se conscientizado mais de sua posição e Adriana atribui a isso o crescimento da quantidade de denúncias. “Elas têm mostrado coragem e buscando reparação no ambiente de trabalho. Muito ainda precisa ser feito e o olhar da sociedade deve ser voltado para a vítima, que precisa ser amparada”, observou. A procuradora salienta, ainda, que casos que tiveram ampla divulgação, como o da atriz Dani Calabresa e o da promoter Mariana Ferrer, acendem “um senso de justiça na população feminina”.
Adriana observa que não é preciso contato físico para que o assédio aconteça. “Pode ser por e-mail, ligações, conversas por aplicativos que apresentem um teor sexual que foge do relacionamento de trabalho”, explicou, para acrescentar. “Em situações de crise, há a tendência de aumento da violência contra a mulher. A probabilidade do levantamento referente a 2020 ser maior do que os últimos vistos são grandes”, estimou, por conta da pandemia do novo coronavírus.
Da Redação do Portal de Notícias Floresta News.
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